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Foto do escritorVitor Pinheiro

Filhote Bugio, espécie ameaçada de extinção, nasce em Aracruz no norte do ES


IMAGEM ILUSTRATIVA - Bugio Ruivo / FOTO: Leonardo Merçon



Em novembro de 2022, nasceu em solo capixaba um novo filhote de Bugio, espécie de primata ameaçada de extinção em todo o país. A informação é do portal ESHoje, que conta que depois de terem sido acolhidos no Centro de Reintrodução de Animais Selvagens (Cereias), em Aracruz, um casal de macacos deu a luz a um filhote em uma área de vegetação nativa próxima às dependências da instituição.


A princípio, apenas a macaca vivia no local e, depois de reabilitada, foi solta em 2018 no pomar do terreno que abriga o Cereias. Ela havia sido recolhida pela Polícia Ambiental e entregue ao Centro para cuidados. No ano seguinte, a fêmea ganhou a companhia de quem viria a ser o futuro companheiro. Ambos foram soltos em área próxima às instalações do Cereias e, nos últimos dias, as equipes do local observaram que a família havia crescido. “Na semana passada observamos que, entre os dois, agarrado às costas da fêmea, havia um filhotinho”, conta José da Penha Rodrigues, presidente e responsável técnico do Cereias.


Considerada uma vitória para a espécie, a reprodução dos Bugios é muito importante, considerando que em 2017, após um surto de febre amarela, a população de macacos do Espírito Santo caiu pela metade, de acordo com pesquisa feita pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Mais de 1.300 animais teriam morrido em decorrência da doença e a espécie dos barbados, ou bugio, foi a que mais sofreu. Estudiosos acreditam que serão necessários 30 anos para recuperar a população desse animal. Atualmente a espécie encontra-se classificada como vulnerável (VU) de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).



Os bugios, também conhecidos como guariba ou ainda macaco barbado, são primatas de pequeno a médio porte, chegando a medir 91 cm e pesar até 10kg (machos) e 7,6kg (fêmeas). Sua pelagem varia em tons de preto, castanho ou ruivo. Habitam desde florestas tropicais úmidas a campos cerrados, podendo ser encontrados no Brasil desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. Já no exterior são vistos na Argentina e no México.


São animais sociais e vivem em bandos de até 20 indivíduos. A característica mais marcante desses animais é o som (uivo) emitido por eles, que podem ser ouvidos a distâncias de até três quilômetros, para indicar delimitação de território, alerta de perigo e localização. Sua dieta é composta basicamente por folhas e frutos.

A reprodução pode ocorrer em qualquer época do ano, já a gestação dura cerca de 180 dias (6 meses), nascendo apenas 1 filhote, que fica sob cuidados maternos durante 18 meses.


Por habitarem florestas tropicais e se alimentarem de seus frutos, os bugios são ótimos dispersores de sementes, e ajudam a manter o equilíbrio ecológico da região. Entretanto, uma série de fatores como fragmentação de habitat, expansão urbana, e caça podem levar a um declínio dessa população.



TEXTO: Vitor Pinheiro e Julia Duarte

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