Pedra Azul: paraíso natural recebe Instituto Últimos Refúgios em sua última expedição
A quinta e última expedição do livro “Últimos Refúgios: De Pedra Azul ao Forno Grande” foi um grande sucesso. O projeto contemplado pela ‘Lei de Incentivo à Cultura’ representa um verdadeiro marco na história do Instituto Últimos Refúgios, além de oferecer um importante produto cultural focado na valorização da biodiversidade capixaba.
Desta vez, a ONG levou a equipe em uma desafiadora jornada de dez dias no Parque Estadual da Pedra Azul para os últimos registros da fauna e flora local. A missão era encontrar espécies em áreas ainda inexploradas, com direito a escalada ao topo da Pedra Azul, um dos pontos turísticos mais famosos do Espírito Santo.
Fotógrafo Leonardo Merçon registra uma Libélula. Foto: Augusto Gomes.
Confira tudo o que rolou nessa aventura!
PLANEJAMENTO
As expectativas para a última expedição do projeto não poderiam ser maiores. O cronograma previa a exploração de uma área ainda desconhecida pela equipe: as porções de mata preservada nos arredores da Pedra Azul. O objetivo era aproveitar todos os locais - e oportunidades - para registrar a vida selvagem na região, apostando em diferentes horários do dia para capturar as nuances na paisagem e no comportamento dos animais.
A expedição também seria um alívio à rotina de trabalho remoto implementada pelo Instituto em prevenção à Covid-19. O ar puro e o contato com a natureza foram grandes motivadores do último - e maior - trabalho de campo do projeto, sempre seguindo os protocolos de segurança sanitária.
Fotografia noturna. Foto: Augusto Gomes
CONTEXTO
A pandemia de Covid-19 adiou as expedições ao Parque de Pedra Azul durante todo o ano de 2020, concentrando o trabalho fotográfico em visitas pontuais, com equipe reduzida, ao Parque Estadual de Forno Grande e lugares próximos à região. “Já tínhamos iniciado o trabalho em Pedra Azul com a disposição de armadilhas fotográficas, mas precisávamos ir pessoalmente ao parque para registrar os animais, as paisagens e contemplar as belezas do local”, conta o fotógrafo e cinegrafista de natureza Leonardo Merçon.
Equipe em campo. Foto: Augusto Gomes.
A equipe, então, abriu mão de duas expedições menores previstas para a reta final do projeto e optou por fazer uma grande expedição de dez dias pelo parque. “Além dos pontos conhecidos pelos turistas, nos preocupamos em visitar lugares que os visitantes não costumam ir, como as propriedades privadas nos arredores. Todos os proprietários nos acolheram de braços abertos, foram muito atenciosos e nos ajudaram em nossa jornada”, relata o fotógrafo.
O campo reuniu uma ampla variedade de tarefas, desde fotografar um simples comedouro de pássaros próximo ao alojamento, até chegar ao cume da Pedra Azul, após horas de uma longa e desafiadora escalada carregando equipamentos fotográficos.
Escalada. Foto: Augusto Gomes.
COVID-19
A pandemia afetou o projeto ainda na expedição anterior, em março de 2020, quando o aumento exponencial no número de casos e implementação do isolamento social levou a uma redução dos dias da equipe em campo. No decorrer de 2020, o Instituto Últimos Refúgios fez visitas pontuais aos Parques de Pedra Azul e Forno Grande com equipe reduzida para monitoramento das câmeras especiais.
Desta vez, os membros da equipe ficaram em quartos separados do alojamento, enquanto outros acamparam na parte externa. Além do uso contínuo de máscaras faciais e álcool em gel, o primeiro dia de trabalho teve um momento reservado para revisão das medidas de proteção durante a primeira reunião de planejamento.
DESAFIOS
A expedição culminou na escalada da Pedra Azul em um dos últimos dias em campo. O instrutor Diogo orientou a equipe durante todo o trajeto, inclusive na prática de rapel, modalidade que utiliza cordas e outros equipamentos de segurança em descidas íngremes. A experiência é aberta ao público, mas exige um instrutor habilitado e/ou experiência com o esporte.
Equipe no topo da Pedra Azul. Foto: Augusto Gomes.
Para a bióloga Iasmin Macedo, o esforço é recompensador: “Escalar a Pedra Azul dá uma sensação de adrenalina constante, ainda mais para pessoas com medo de altura, como eu. Ainda assim, todo o cansaço, bolhas nos pés e dores no corpo fazem valer a vista no topo da pedra. A descida com certeza é a parte mais desafiadora, mas felizmente todos se saíram bem. Nossa equipe está mais entrosada do que nunca, tornando o trabalho muito mais leve e descontraído”.
Horizonte. Foto: Leonardo Merçon.
MAKING OF
A convite do Instituto Últimos Refúgios, o biólogo e fotógrafo de natureza Augusto Gomes se juntou à equipe para registrar os bastidores do trabalho em campo: “Foi incrível trabalhar neste projeto com uma equipe tão bacana. Já atuava profissionalmente como fotógrafo de natureza, mas esta foi minha primeira experiência atrás das câmeras. Registrar a equipe e não os animais, como estou acostumado, foi um exercício muito interessante e desafiador”, conta.
O fotógrafo e biólogo Augusto Gomes.
O fotógrafo revela que sempre foi fascinado pela fotografia de natureza, e espera encantar as pessoas com seus registros no novo livro do Instituto Últimos Refúgios: “Muitas vezes, quando folheamos um livro fotográfico, nos deparamos com uma fotografia incrível sem ter ideia de como foi feita. Espero que minhas fotografias possam transmitir a realidade envolvida na produção destas imagens, além de todo o tempo, esforço e dedicação envolvido na produção de um livro como este.”
Fotografias de Augusto Gomes.
O biólogo pauta seu trabalho em temas sobre biodiversidade e conservação, compartilhando com as pessoas aquilo que mais lhe encanta, o amor pela natureza. Atualmente, realiza trabalhos para revistas de divulgação científica, como National Geographic e bioGraphic Magazine, além de escrever para blogs sobre meio ambiente.
RETA FINAL
O último dia de qualquer expedição é dedicado à pós-produção, processo que mobiliza a organização de todos os materiais utilizados pela equipe, como equipamentos fotográficos, roupas de proteção, mantimentos e barracas, além da prestação de contas e a última verificação das câmeras especiais.
O fotógrafo Leonardo Merçon sente-se realizado, e mal espera para revelar o resultado de quase dois anos de trabalho: “Voltamos para casa com a sensação de dever cumprido, muitas fotografias e histórias para contar. Agora partimos para a etapa de editoração do livro, com a diagramação, seleção e edição das melhores imagens. Este com certeza é um dos melhores livros que já fizemos, e estou muito ansioso para compartilhar o resultado com todos.”
Pôr do sol. Foto: Leonardo Merçon.
“Últimos Refúgios: De Pedra Azul a Forno Grande” tem data de lançamento prevista para MAIO de 2021.
O livro "Últimos Refúgios: De Pedra Azul ao Forno Grande" é um projeto da Lei de Incentivo à Cultura realizado pelo Instituto Últimos Refúgios, Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo, com patrocínio do Grupo Águia Branca, Medsênior e Diaço, com apoio do IEMA e da Reserva Águia Branca.
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