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Clube de Observadores da Natureza ganha artigo científico!

O “Clube de Observadores da Natureza” é um dos projetos do Instituto Últimos Refúgios que incentiva crianças e adolescentes a se reconectarem com o meio ambiente. A iniciativa busca integrar o conteúdo teórico estudado em sala de aula com atividades práticas de observação e fotografia de natureza, garantindo um aprendizado mais dinâmico, lúdico e divertido.


Expedição no Parque Botânico Vale, em 2019. Foto: Ana Clara Mardegan


O projeto foi idealizado pelo fotógrafo de natureza Leonardo Merçon, coordenado e realizado pelo biólogo e educador ambiental João Zanardo, em parceria com a professora Cristina Zampa, durante o ano de 2019. A primeira edição do clube levou alunos da escola “EMEF Serrana” em diversas atividades de campo, propondo a mudança de mentalidade dos participantes em prol da conservação do meio ambiente.


Equipe e alunos durante expedição do clube. Foto: João Zanardo


Acreditando na observação da natureza como uma “estratégia de educação científica”, o biólogo João Zanardo se reuniu com a doutoranda em educação Camila Reis e a professora do departamento de Ciências Biológicas da UFES Viviana Borges para desenvolver um artigo científico sobre o projeto.


Clube de Observadores da Natureza: um retorno à historicidade da ciência por pesquisa de intervenção em ambiente natural” dialoga com a comunidade científica, acadêmica e com a população comum ao explorar a relação das novas plataformas e mídias digitais na educação de crianças e adolescentes. A publicação ainda levanta discussões importantes sobre como a atual desconexão com a natureza pode comprometer o aprendizado de jovens estudantes, cada vez mais condicionados às telas dos smartphones e menos adeptos às atividades ao ar livre.


O “Clube de Observadores da Natureza” se revela como uma ferramenta pedagógica capaz de resgatar o comprometimento socioambiental de crianças, adolescentes, professores e familiares, integrando-os ao processo de educação e de (re)descoberta das cidades em que vivem.


(...) O ritmo acelerado de crescimento das cidades e o mercado de trabalho cada vez mais competitivo provoca rotinas apertadas com momentos raros de desfrute em áreas naturais, afastadas, em sua maioria, dos grandes centros urbanos.

A publicação ainda celebra a importância do desenvolvimento de pesquisas e artigos científicos na divulgação de novas iniciativas ambientais.


O reconhecimento acadêmico oferece credibilidade a projetos promissores como o ‘Clube de Observadores da Natureza’, incentivando pessoas comuns a colocarem suas próprias ideias em prática. A democratização da metodologia científica ajuda a desmistificar a visão distorcida dos cientistas formulada nas escolas, além de contribuir para uma sociedade cada vez mais engajada e favorável à produção de novos conhecimentos.


O artigo está disponível no site da Revista Brasileira de Educação Ambiental. Leia na íntegra clicando AQUI.


O PROJETO

A metodologia apoia-se em três momentos pedagógicos: atividades em sala de aula com temas relacionados à fotografia, natureza e biologia; oficinas de observação e fotografia de natureza em áreas naturais preservadas; e feedback dos participantes sobre sua experiência ao longo do projeto, com direito à exposição de fotografias e dinâmicas de grupo com os colegas.

Atividades em sala e em campo. Fotos: Joarley Rodrigues e Ana Clara Mardegan, respectivamente.


Os grupos de WhatsApp e as mídias sociais também exercem um papel fundamental para a missão do projeto. São nesses canais que os participantes têm a oportunidade de compartilhar seus registros e dialogar com os valores da ciência cidadã, já que reúnem informações importantes sobre a biodiversidade local e podem apresentá-las para pessoas - e pesquisadores - do mundo inteiro.


A prática ressignifica o ambiente acadêmico, incentivando pessoas comuns - neste caso, crianças e adolescentes - a aplicarem seus conhecimentos em prol do desenvolvimento de pesquisas científicas. O trabalho colaborativo entre cidadãos e cientistas ajuda a superar a ideia de que a ciência só é produzida dentro das universidades, tornando-a mais tangível e próxima das pessoas.


NOVAS PERSPECTIVAS

No final de 2019, o “Clube de Observadores da Natureza” entrou em hiato por falta de recursos financeiros. Em 2020, o isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 foi um novo agravante à retomada do projeto, impossibilitando a realização das atividades presenciais.


Foi somente em 2021 que o clube ganhou uma nova edição, desta vez, como parte do Projeto Ecofrade. A iniciativa vem reunindo esforços para implementar a coleta seletiva na Ilha do Frade, além de engajar o público infanto-juvenil na transformação socioambiental da região. O bairro integra a Área de Proteção Ambiental (APA) Baía das Tartarugas, um dos locais com maior biodiversidade da Grande Vitória.


Maya Guimarães, 6 anos, participante do Clube de Observadores da Natureza do Projeto Ecofrade.

Foto: Talita Guimarães


A metodologia foi reformulada e aplicada ao contexto social da região. Até o momento, os encontros são realizados em plataformas digitais, com crianças de 5 a 14 anos residentes na ilha. A retomada dos encontros presenciais está prevista para o mês de setembro.


A meta é levar o “Clube de Observadores da Natureza” para outras escolas e regiões da Grande Vitória. Enquanto isso, o Instituto Últimos Refúgios continua em busca de patrocinadores para difundir a iniciativa, experimentando novas atividades e metodologias para futuras aplicações do projeto.


AGRADECIMENTOS

A professora e voluntária do Instituto Últimos Refúgios Cristina Zampa foi uma das pessoas mais importantes para a realização da primeira edição do Clube de Observadores da Natureza. Além de participar efetivamente de todas as ações do projeto e integrar a escola EMEF Serrana ao Instituto Últimos Refúgios, a bióloga sempre buscou inspirar seus alunos a atuarem em prol da preservação do meio ambiente com atividades que desenvolviam teoria, prática e, principalmente, o amor pela natureza. Um exemplo aos profissionais da educação.


Cristina Zampa, João Pedro Zanardo e alunos em atividade do clube. Foto: Ana Clara Mardegan


O Instituto Últimos Refúgios também agradece ao realizador João Zanardo, pelo tempo e comprometimento dedicados ao projeto; ao fotógrafo de natureza Leonardo Merçon, por desenvolver e ajudar o projeto a crescer; à Viviana Borges e Camila Reis, pelo aporte teórico nas discussões abordadas no artigo; ao produtor Raphael Gaspar e a todos os voluntários do Instituto Últimos Refúgios, que tanto ajudaram na realização das atividades. Por fim, agradecemos aos alunos que aceitaram participar dessa jornada com a gente, e seus familiares, essenciais no processo educativo das crianças.

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