Conheça a diversidade de aves da Restinga de Vitória
A classe das aves é o maior grupo dos vertebrados terrestres do mundo, detentora de uma vasta diversidade de tamanhos e formas. A restinga de Vitória reúne diversas espécies de aves, com diferentes características morfológicas, ecológicas e comportamentais. Nesta matéria, te convidamos a conhecer um pouco mais sobre estas riquezas do litoral capixaba.
Características gerais
As aves possuem diversas características adaptadas para o voo, como as penas e a densidade óssea específica (a exemplo dos ossos pneumáticos). São animais ovíparos: colocam ovos e criam filhotes fora do corpo da mãe.
O bico de cada ave é adaptado para um tipo de alimento. Os beija-flores, por exemplo, possuem um bico fino e longo para se alimentar do néctar das flores. A plumagem multicolorida, por sua vez, geralmente é utilizada pelos machos para atrair uma parceira.
Diversidade no Brasil
O Brasil apresenta uma das mais ricas avifaunas do mundo. Amazônia e a Mata Atlântica são os biomas com maior diversidade deste grupo, com destaque para a restinga, ecossistema do bioma de Mata Atlântica que não fica atrás no quesito diversidade.
Principais ameaças
Apesar da diversidade e do grande número de espécies, as aves são vítimas de diversos impactos ambientais, como a perda de habitat causada pelo desmatamento, a fragmentação das matas, a caça ilegal e o contrabando de animais silvestres.
Conhecer a avifauna brasileira é uma forma de valorizar a biodiversidade do território e lutar por medidas de proteção para estas espécies.
Diversidade de Aves na Restinga de Vitória
Na restinga, temos muitas espécies de aves, das mais variadas formas, cores e tamanhos. É uma atração ímpar para observadores de aves e amantes da natureza. Em um passeio pelo litoral de Vitória, é possível observar muitas aves com certa facilidade, como os exemplos abaixo.
Um dos destaques são as aves de rapina, predadoras de bico forte e recurvado, próprio para rasgar carne; garras grandes e afiadas, ideais para agarrar as presas; e audição e visão super desenvolvidos.
Dentro desse grupo existem as corujas, da Ordem Strigiforme, animais de hábitos noturnos e que caçam durante a noite. Por conta disso, possuem audição extremamente aguçada, capaz de identificar o ruído das presas.
A coruja encontrada na restinga é a Coruja-buraqueira (Athene cunicularia). A espécie recebe este nome por construir ninhos no solo para abrigar seus filhotes.
Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)
Outra ordem bem comum é a Cuculiforme. Os representantes que ocorrem na restinga são o Anu-branco (Guira guira) e o Anu-preto (Crotophaga ani), aves típicas da região que exercem um importante papel como dispersoras de sementes.
Anu-branco (Guira guira)
Anu-preto (Crotophaga ani)
O Quero-quero (Vanellus chilensis) pertence à Ordem Charadriiformes e é uma ave bem conhecida pelos usuários da praia. A espécie é bastante territorialista e ataca quando possíveis ameaças se aproximam de seus filhotes. Os ninhos são construídos no chão e os cuidados são divididos entre o casal.
Quero-quero (Vanellus chilensis)
Outro grupo muito presente na restinga são as aves da Ordem Passeriforme, a ordem com maior número de representantes, por volta de 6 mil espécies. Na restinga, temos o Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), o Sabiá-da-praia (Mimus gilvus), o Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola), o Sabiá-barranco (Turdus leucomelas), a Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta), a Corruíra (Troglodytes musculus), o Suiriri (Tyrannus melancholicus) e muitas outras espécies.
1. Sabiá-barranco (Turdus leucomelas); 2. Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta); 3. Corruíra (Troglodytes musculus); e 4. Suiriri (Tyrannus melancholicus).
Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), Sabiá-da-praia (Mimus gilvus) e Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola)
Os encantadores beija-flores, da Ordem Apodiformes, se alimentam do néctar das flores e participam da polinização de algumas espécies vegetais. O Espírito Santo é o estado com maior variedade de espécies desta ordem em todo o território brasileiro.
Os beija-flores são as menores aves do mundo. Apesar de pequeninos, são muito valentes e defendem o território com empenho. Na restinga de Vitória vemos com frequência o Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura), um lindo representante dessa ordem.
Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura)
Um Visitante Ilustre
A Ordem Ardeidae também ocorre na restinga, sendo representada pela Garça-branca-grande (Ardea alba). Essa ave se alimenta de peixes e nidifica em manguezais.
A Garça-branca-grande ocorre de forma esporádica na restinga de Vitória, utilizando o ecossistema como ponto de descanso, pousando nas árvores e na vegetação rasteira.
Garça-branca-grande (Ardea alba)
Ecoturismo
O grupo das aves impressiona pela variedade de espécies, tamanhos, cores e formas. Muito mais que um hobby, a observação de aves é considerada por muitos como uma forma de terapia. Por todo o mundo, pesquisadores, entusiastas e estudiosos fazem expedições para observar estas espécies.
No Brasil, existem muitos grupos empenhados nesta modalidade A prática é uma aposta do ecoturismo por atrair pessoas de diversas localidades interessadas em conhecer e fotografar diferentes espécies.
Que tal ser um observador de aves? Você pode observá-las em um parque, na restinga ou até mesmo no quintal de casa. Siga projetos que ensinem e ajudem a preservar as aves do Brasil e sempre cobre medidas públicas para preservar a natureza
Restinga de Vitória
A restinga de Vitória possui uma variedade incrível de aves. O ecossistema serve como moradia, local de nidificação e como fonte de alimento para diversas espécies.
* Os nomes populares das aves utilizados nesta matéria são os mais conhecidos no estado do Espírito Santo. De acordo com cada região o nome popular pode ter variações.
Texto: Marina Mello (@marinaallemanddmião)
Fotos: Leonardo Merçon (@leonardomercon)
* O registro fotográfico do Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura) foi feito no Parque Estadual Paulo César Vinha - Guarapari, ES. Porém, essa espécie também ocorre na restinga de Camburi - Vitória, ES.
O "Projeto Vitória da Restinga" é uma realização do Instituto Últimos Refúgios em parceria com a Vale e a prefeitura de Vitória. Este projeto soma forças a outras iniciativas ambientais do "Projeto de Conservação Baía das Tartarugas", focado na conservação da rica biodiversidade da primeira Unidade de Conservação Marinha de Vitória - APA Baía das Tartarugas.