O filme documental “Águas do Itapemirim”, com 90 minutos de duração, classificação livre, aborda questões culturais, socioambientais e econômicas da Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim. Para tanto, o Instituto Últimos Refúgios percorreu suas águas desde o Caparaó, onde nascem límpidas em meio à Floresta Atlântica, até Marataízes cuja foz é marcada por uma forte turbidez.
O documentário resgata imagens produzidas em expedições realizadas no passado que já buscavam formas de conter os impactos antrópicos na região. Destaque para o diário de João do Monte da Fonseca (1815). Atualmente, esses impactos se tornaram muito mais graves. Além disso, apresenta as espécies nativas mais representativas da região e relaciona as condições de vida do rio com uma espécie nativa de camarão que é bioindicadora da qualidade da água.
Também resgata memórias de antigos moradores da região que possuem uma relação estreita com os rios da Bacia Hidrográfica, abordando as transformações ocorridas ao longo do tempo e as adaptações dos hábitos socioculturais da comunidade diante disso. Entre os entrevistados estão ativistas hídricos, pesquisadores, pescadores e lideranças quilombolas. Por fim, poemas dão voz ao rio que se manifesta dizendo, entre outras coisas: "Me perdoem por toda esta ‘bagunça’... Eu só queria passar.”
Para trabalhar com a conscientização das novas gerações, o longa-metragem propõe o viés da ação de educação ambiental por meio da exibição do filme, promovendo debates e dinâmicas sobre a importância do rio e possíveis soluções para as realidades encontradas em campo.